Se você está lendo este texto é porque você gosta do Fru-fruta e, consequentemente, gosta de receitas saudáveis e, mais consequentemente, gosta de se aventurar na cozinha. E, se eu estou escrevendo ele é porque estamos no mesmo time. Toca aqui!
Pois bem, acontece que começar a prestar atenção alimentos e ter muito cuidado com o que come (seja por restrições alimentares ou por próprias escolhas), faz com que dê nisso mesmo: queremos todos ser chefs e fazer um prato bom, bonito e saudável, não é?
Eu, que sempre fui boa de garfo, mas sempre péssima de panela, só comecei a cozinhar quando resolvi mudar meus hábitos alimentares. Acontece que conhecer o nutriente de cada ingrediente faz a gente se apaixonar por eles e querer viver só de cada benefício que eles nos trazem. Além do que: o gosto que a mistura deles pode trazer é ma-ra-vi-lho-so. Ai ai.
Pausa para suspiros lembrando de umas receitas.
Mais um: ai ai.
Pois bem, o nível 2 é você ir além da suas próprias refeições: você passa a querer cozinhar para os outros.
E é aí que eu quero chegar.
No começo, não confiavam muito no que eu fazia. Isso se devia a dois motivos:
- Quem confiaria naquela menina que nunca soube nem esquentar água?
- Chegou a natureba! Socorro! Vai sair torta de alfafa!
Mas, depois, com uma receitinha aqui, outra ali, começaram a aceitar um pedaço, depois outro, depois confiavam mais um pouco e assim foi. Sempre com olho meio torto, mas pegando cada dia uma garfada a mais.
O engraçado é que eu sei que eu passei (e estou passando) por uma evolução na cozinha. Confesso que eu não mandava bem no começo e que às vezes meus experimentos ainda não ficam tão saborosos. Porém, as pessoas que não têm os mesmos hábitos alimentares que eu, ainda não conseguem assumir que aquele prato que eu fiz está muito bom. E isso só pelo fato delas saberem que só tem ingrediente do bem.
Calma, eu tenho como provar: em um evento familiar, já enganei as pessoas:. Coloquei o prato que eu fiz no meio de vários outros nada saudáveis. E todo mundo comeu e repetiu o meu prato sem saber que era eu quem tinha feito, muito menos que era a comida mais nutritiva da mesa. Há.
O que eu mais tenho achado curioso é que NINGUÉM consegue provar alguma coisa minha sem perguntar “mas vai o que?”. Poxa, por que para os outros pratos não tem essa pergunta?
E aí vem aquele momento: a expectativa deles, esperando ou que vá alguma comida que elas considerem bizarra (e não aceitarem que gostaram) ou esperando que vá algum ingrediente “vilão” no meio de tanta coisa boa, só para elas se satisfazerem dizendo “EU SABIA! Tão gostoso assim só podia ir tal coisa!”.
Mas aí chegamos com tudo, enchemos nosso peito e soltamos os ingredientes um a um, provando que só tem coisa boa e ainda, pitadas (ou até colheres de sopa) de amor.
Mas ,eu sei que é uma questão de tempo. Aos poucos eles vão começando a aceitar. E aí não vai ter pra ninguém: vai ter amor e saúde pra todo mundo que eu alimentar. <3
Ps. Hm, a ideia da torta de alfafa foi boa, né? Alô, Pati?
Foto: Pati Bianco / Fru-fruta