Falo, repito, enfatizo, reforço e sou a chata do “não faço dieta, sou saudável”. Porém, não dá para negar: todo mundo já quis o corpitcho mais enxuto pro verão – e eu me incluo nessa. E aí, vivem me perguntando: mas como você consegue engordar se você só come essas coisas naturebas?
Fácil: no meu caso, há um único grande problema. Eu não engordo por aquilo QUE eu como, mas sim por QUANTO eu como.
Sério, como resistir a um bowl de pasta de amendoim com banana todo santo dia? Como lidar com aquele chocolate caseiro de baixo índice glicêmico feito na hora em casa? Ou então: o que fazer com aquela panela lotada de milho orgânico? E pra acabar, como comer só UM punhado de castanha de caju torradinha e crocante?
Aiai. É muito sabor pra esse paladar que vos escreve.
Pensando nisso e dando umas olhadinhas no espelho, decidi que era hora de me conhecer novamente. Eu precisava estar de bem com os exames, mas também com aquele shorts preferido.
Foi aí que resgatei meu passado. Já era hora de usar conhecimentos adquiridos na época da publicidade para algo: fiz uma análise swot (muito) amadora de minha saúde. Eis aqui o resultado:
Forças:
• Não como trigo;
• Não como carne,
• Não como industrializados;
• Tenho consciência dos benefícios dos alimentos que como.
Oportunidades:
• Faço exercícios físico regularmente, logo posso comer mais um pouco;
• Eu AMO o gosto que as comidas “do bem” têm;
• Tudo o que eu como, tem algum nutriente bom, logo está me fazendo bem;
Ameaças:
• Uma melancia inteira dentro de minha geladeira;
• Uma penca de banana que perfuma a casa;
• Potes e mais potes de castanhas me olhando;
• Pasta de amendoim. Apenas;
• Brócolis cru, brócolis cozido, brócolis refogado, brócolis acebolado. brócolis brócolis bróóóócolis;
• Todas as receitas do mundo #glutenfree #vegan #semaçúcar;
• Aprendi a fazer granola;
• O tempo em Curitiba pede mingau.
(e muito mais)
Fraquezas:
• Os outros esperam que eu seja magra por me alimentar bem e fazer academia todo santo dia;
• Falta em mim todas as habilidades do mundo para conseguir comer apenas uma porção.
Conclusão: a vida faz dessas sacanagens com a gente. Ensina que o sabor da natureza é maravilhoso, mas não nos ensina a controlar nossos exageros diários.
No fundo, tudo em excesso faz mal de alguma forma. Mas, claro, há uma grande diferença para saúde entre o excesso de caqui e o excesso de brigadeiro, só que isso não significa que comer 30 caquis em uma sentada ao invés de um docinho vai te deixar saudável e/ou com uma cinturinha de sucesso.
O segredo está no que sempre nos disseram: encontre o equilíbrio em tudo e sempre escolha os ingredientes certos.
A vida saudável é uma delícia, literalmente. Então vamos juntos repetir essa recém-inventada rima: “Pode ter amendoim, pode ter demerara, só não pode exigir que a chia cure a saia apertada”.
Por isso, esse é um recado pros naturebas que, assim como eu, volta e meia também se preocupam com o espelho: menos neura, menos exagero, nunca deixe que aquela roupa faça com que você se sinta feio. 🙂
Oi Carol. Bacana o post, e sou mais uma que sente na pele (é na balança) as consequências de não se satisfazer com uma única porção. Mas comigo, o negócio é mais embaixo. Eu realmente tenho compulsão, diagnosticada. Acho que só não sou obesa porque faço exercícios e porque boa parte da minha alimentação é “natureba”. Amo ser assim, investir e descobrir mais sobre o mundo da alimentacao saudável. Mas a compulsão é algo que me machuca e magoa todos os dias. Você conhece alguém que passa por isso?
Oi, Anna!
Não só conheço, como eu mesma já passei por isso. Sempre procuro diagnosticar se meus excessos são sinais de gula ou sinais da compulsão. Como você sabe, é muito diferente, mas muito igual.
Existem vários profissionais que tratam esse “distúrbio”. Porém, o que me ajudou muito foram alguns livros: “Pense Magro”, “Dieta da Mente”, “Você tem fome do que?” e “Barriga de Trigo”. São livros ótimos para repensarmos o que comemos – mesmo sendo naturebas. Espero que te ajude 🙂 Um beijo, Carol.
Oi Carol. Só agora vi sua resposta. Não tinha mais entrado no blog. Pois é, eu já fiz essa auto análise e, de fato, É COMPULSÃO. Obrigada pelas dicas de leitura. Vou procurar o quanto antes. Beijão.