Se a minha vida no mercado fosse um jogo. Seria o “cara-a-cara”:
– Tem açúcar?
– Tem.
– Tem glúten?
– Tem.
– Tem fibra?
– Não.
– É o pão francês!

E assim segue o passeio por meio daqueles corredores intermináveis.
Não só amo ir ao mercado, como a compra que antes durava 15 minutos agora chega a durar uma hora.
O “problema” é que ler as informações de um produto vicia mais do que chocolate:
– Quer um pedaço?
– O que é?
– Uma barrinha.
– Posso ver a embalagem?

E assim seguimos.

Seguimos tanto que esses dias demorei mais no corredor de higiene do que no de cereais:
– A senhora quer ajuda?
– Obrigada, não precisa. É que estou tentando ler o rótulo e achei estranho porque desconheço todos esses ingredientes e não acho a tabela nutricional.
– Tabela nutricional?
– É. Aquela que diz a quantidade de calorias, gorduras, fibras…
– Senhora, acho que shampoo não foi feito para ser ingerido.
Pausa.
Desconcertada, respondi:
– Então deveria estar mais explícito na embalagem, né?
Ele não entendeu meu humor e saiu disfarçando.

Se a vida de quem não come diversos ingredientes por escolha (meu caso), já fica difícil sem um bom rótulo, imagina a vida de quem tem alergia, intolerância, sensibilidade, etc., a um ingrediente?

 
É por isso que lutar por embalagens com informações mais explícitas não é frescura, mas sim fundamental para diversos estilos (forçados ou não) de vida.

 

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